terça-feira, 11 de março de 2008

Os Problemas da Suburbanização

Assumindo-se no início como um movimento positivo, uma vez que quem ia povoar os subúrbios beneficiava de rendas baixas, sonhado-se com uma diminuição do custo de vida e melhoria do modo da mesma, a suburbanização banalizou-se, atraindo mais gente do que a desejada e enchendo a população das periferias de situações negativas.

Por um lado, podemos falar de transportes, não apenas das elevadas despesas que estes implicam, devido ao gasto de combustível, aos passes socias, mas também de outro tipo problemas que deles advêm. Estes registaram um notável desenvolvimento, em termos de conforto, eficácia, zonas onde chegam, mas o automóvel privado continua a ser o principal meio de deslocação da maioria da população. O facto de os subúrbios constituírem grandes aglomerados de cidades-dormitório e a maior parte das pessoas estar empregue no centro urbano faz com que todos os dias haja o movimento pendular "casa-emprego-casa". O grande problema deste movimento é que toda a gente o realiza à mesma hora, visto que, na maior parte dos casos, os horários são coincidentes, entrando-se e saindo à mesma. Agora imagine-se o que é milhões de pessoas, todas juntas, à mesma hora a querer ir para o trabalho ou voltar a casa... Acontece que, apesar de haver cada vez mais e melhores, as redes viárias "entopem", criando situações caóticas todos os dias. Acabando por afectar não só as pessoas que se deslocam em automóveis privados mas também os utentes dos transportes públicos, esta situação é a principal causadora do stress, da fadiga, do mau-estar individual, que grande parte da população dos subúrbios vai sofrendo, acumulando.
Igualmente se regista a falta de tempo em cada uma das pessoas. Falta de tempo para a família, falta de tempo até para si própria, falta de tempo para a lida da casa, amigos, prática desportiva, etc. Podemos afirmar, certamente, que quem vive nos subúrbios não leva uma vida fácil. Leva uma vida parada por trânsito automóvel, uma vida passada mais tempo no trabalho e na estrada do que em casa, com a família. E uma vida pachorrenta, sim, na medida em que cada tempinho livre que se encontra na "agenda do quotidiano" é passado no sofá ou na cama, deitado, a viver o descanso de que se é dia após dia privado.
Sendo os subúrbios um aglomerado de cidades-dormitório, não se vê necessidade de se edificarem centro culturais e outros tipos de entretenimento saudável para os jovens. Este factor, juntamente com o facto de os pais não estarem em casa, faz com que muitos jovens caiam nas garras da marginalidade, todo este clima incentivando à violência, à criminalidade.
Outra situação, não menos importante, que ocorre com uma certa frequência nos subúrbios, especialmente em zonas mal planeadas a nível de construção de edifícios e infra-estruturas, é ruptura de alguns serviços de utilização pública, como a electricidade, água, gás, etc., criando, por vezes, falta de condições e, acima de tudo, de saneamento básico.

Referindo apenas as situações mais importantes que acontecem na vida diária de quem vive nos subúrbios, concluo que os subúrbios se tornaram como que um inimigo que ao início estendeu a mão. Quero com isto dizer que, oferecendo rendas habitacionais de baixo custo, os subúrbios aparentavam ser uma grande ajuda para os bolsos de quem tem uma casa e uma família para governar e para casais jovens que queriam começar a sua vida. Contudo, tudo o que bom sempre acaba e a excessiva população que se deixou levar pela tentação da periferia acabou, toda no seu conjunto, por criar as situações problemáticas acima referidas, perdendo a vida social, o tempo para a família e casa, e ganhado stress, cansaço, trabalho e mais trabalho.

1 comentário:

Mel disse...

Acho que o teu comentário está bem estruturado , as ideias estao bem explicitas , acho que é um comentário muito bom...